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sábado, 8 de junho de 2013

Amo ler, simplesmente! E aprendi a amar as “estórias” desde a mais tenra idade, sempre conduzida pela voz de um grande contador de histórias – meu pai. O que para uma criança, muitas vezes, poderia significar a tristeza de todos os dias – ir dormir –, para mim era o momento mais esperado e mágico nos dias em que meu pai não viajava a trabalho.

A minha infância foi marcada fortemente pelas grandiosas leituras orais que meu pai fazia, antes de meu irmão e eu cairmos no sono. O mais interessante era o fato de meu pai narrar suas histórias, contando apenas com a sua criatividade, o que significa não ter nada por escrito em suas mãos, pois não havia livros de histórias em casa. Nós o interrompíamos algumas vezes, e ele, com a voz baixa e suave, tirava as nossas dúvidas, mas sem parar de narrar, de modo que as nossas conversas acabavam fazendo parte da história.

Lembro-me de tentar fazer isso com meus filhos, mas não foi possível. Descobri que não tinha o dom de “contar histórias”, recriando-as com as minhas próprias “asas”, e, então, recorri aos livros. Funcionou com meus filhos e também com meus alunos, porque, como diz Rubem Alves, a fascinação compete à história:

"Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a estória. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer.” (ALVES, 2008, p. 41)


Escutando com prazer as histórias de meu pai, aprendi também a ler com prazer. E, nesse processo de aprendizagem, pude ampliar minha visão de mundo, porque a leitura, mediada pelo mais puro deleite, proporciona também sabedoria, levando o seu leitor à leitura do mundo e de seu próprio ser no mundo.

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